Brasa de paixão
Perdi meu amor, cai na desilusão
Cheguei como louco a vagar,
Pisei dentro e ela também, do meu coração
Tentei negar, falhei, rezei,
Pedi, veio a tentação, me perdi
“Já fui muito maltratado” pedi calado
Um amor de verdade, saí frustrado
Veio-me essa cratera, feito rompante, uma quimera,
Rompeu tecido, coração, estraçalhou células
Que perdição, que desgraça, meu mundo caiu
Fui por um segundo Maysa, clamei por Jayme, mentira
Vivi uma aurora boreal, perdeu-se para mim a aura,
Fiquei desnorteado, perdi o astro, a fama, a luz
Meu corpo por ti inda hoje clama,
Reclama, na cama pede calor
Sobra para mim a casa vazia, a boemia
E nenhuma razão de ser
Perco-me pelos lares, a procura de pares
Peço para gritares, quero te achar
Pareces muda, me finjo de surdo de raiva para não te escutar,
A segunda fase, negação, passei para rebelde
Escarrei em tuberculosos, cansados, asmáticos
Entrei nas cavernas de Platão, deitei ao chão,
Admirei as estrelas, fiquei preso as amarras
Amarrei-me em teus laços lúgubres, o ferro enferrujou
Que pena, quebrou, estou livre amor...
Reclamo a Deus por vagar, livremente,
Saio da caverna só pra testar, estou só de fato
Tento me endireitar por avenidas, paro em sinaleiras,
Dobro-me em três costureiras cortando as encruzilhadas,
Tenho medo de macumbas mal formadas,
Assombram-me só de pensar, oxalá!
Para mim ficou claro, claro que eu preciso de ti,
Não sou ninguém, morro de medo, quero mamar
Leite de teu acalanto, minha sina
Voltar para o desencanto, fui obrigado a aceitar
Trocaste-me , desvairada, por um louco que pela estrada
Tinha quatro pneus a mais para mostrar
Hoje me perdes na corda bamba,
Driblando a gravidade, desafiando acrobatas
Boto medo em cowboys, estou mais para herói
Que de tristeza morreu de amar
Infeliz de nossas vidas, cruzadas tão cruas ainda,
Hoje requebro para não tostar demais
Saí da brasa da vida com um espeto cravado,
Saio do forno acalentado morro de frio trucidado,
Sou pedaço malpassado, coração de um galinha apaixonado
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