Pé na Estrada
Parto, triste, mas por vontade própria,
parto sozinha para um futuro indefinido,
parto buscando corrigir a inópia
de um amor que foi tão ferido.
Arranco meus pés do inóspito passado,
parto para o presente que eu construo,
deixo os carinhos sangrentos e afiados,
dos espinhos que abandonei num recuo.
Fui prisioneira do meu próprio corpo
que foi habitado por um rei tão torto
que demarcava os limites da minha liberdade
num enredo que não deixou saudade.
Se amanhã este rei voltar a me procurar,
terá que gastar mais de um mês de viagem
para, no passado que fiquei sozinha, chegar...
E encontrará apenas a sombra da minha imagem.
Hoje sou apenas um pássaro livre que voa
sobre um mar que se fez de lágrimas da aflição,
a descrever círculos inebriantes de onde a mágoa escoa
deixando desabrochado, devoluto e límpido o coração.
Parto, triste, mas por vontade própria,
parto sozinha para um futuro indefinido,
parto buscando corrigir a inópia
de um amor que foi tão ferido.
Arranco meus pés do inóspito passado,
parto para o presente que eu construo,
deixo os carinhos sangrentos e afiados,
dos espinhos que abandonei num recuo.
Fui prisioneira do meu próprio corpo
que foi habitado por um rei tão torto
que demarcava os limites da minha liberdade
num enredo que não deixou saudade.
Se amanhã este rei voltar a me procurar,
terá que gastar mais de um mês de viagem
para, no passado que fiquei sozinha, chegar...
E encontrará apenas a sombra da minha imagem.
Hoje sou apenas um pássaro livre que voa
sobre um mar que se fez de lágrimas da aflição,
a descrever círculos inebriantes de onde a mágoa escoa
deixando desabrochado, devoluto e límpido o coração.