EM REVERÊNCIA
(Sócrates Di Lima)
Ergo-me das entranhas das minhas querência,
Para atear fogo em meus desejos,
Congelo as tristezas em permanência,
E alforrio os sonhos que hoje os vejo.
Abro-me em fendas que expele luzes,
Vindas da alma que tanto aclaro,
Para iluminar tua alma que em mim reduzes,
Incorpora-me na amplitude que em ti deparo.
Oh! Senhora dos meus encantos,
Que, ainda, jovem revigora o meu ser,
Para ti espasmo os meus cantos,
De amor e fé os quais me faz viver.
Em ti, senhora minha,
Enlaço todos os meus caminhos,
E em todas as direções que caminha,
Pisa em flores e se perfuma em meus ninhos.
Passarinho ávido...
Que em cantos estridentes do Uirapuru,
Faz sonoro meu desejo impávido,
Destemido e sapiente do teu "eu" guru.
Que conheces a tudo em mim,
Das minhas sombras e sobras,
Da insana vontade de te amar sem fim,
E que pra ti se revela e em reverências sobras.
Ah! Minha inebriante amada,
Cantada nos meus versos e prosas,
És a minha mais densa estrada,
Em aclive, retas e curvas sinuosas.
Por ti apregoo meus sentimentos,
Os submeto a perene sensatez,
Para viver o Eu em ti, todos os momentos,
Do meu viver em reverência, um dia de cada vez.