EM REVERÊNCIA

(Sócrates Di Lima)

Ergo-me das entranhas das minhas querência,

Para atear fogo em meus desejos,

Congelo as tristezas em permanência,

E alforrio os sonhos que hoje os vejo.

Abro-me em fendas que expele luzes,

Vindas da alma que tanto aclaro,

Para iluminar tua alma que em mim reduzes,

Incorpora-me na amplitude que em ti deparo.

Oh! Senhora dos meus encantos,

Que, ainda, jovem revigora o meu ser,

Para ti espasmo os meus cantos,

De amor e fé os quais me faz viver.

Em ti, senhora minha,

Enlaço todos os meus caminhos,

E em todas as direções que caminha,

Pisa em flores e se perfuma em meus ninhos.

Passarinho ávido...

Que em cantos estridentes do Uirapuru,

Faz sonoro meu desejo impávido,

Destemido e sapiente do teu "eu" guru.

Que conheces a tudo em mim,

Das minhas sombras e sobras,

Da insana vontade de te amar sem fim,

E que pra ti se revela e em reverências sobras.

Ah! Minha inebriante amada,

Cantada nos meus versos e prosas,

És a minha mais densa estrada,

Em aclive, retas e curvas sinuosas.

Por ti apregoo meus sentimentos,

Os submeto a perene sensatez,

Para viver o Eu em ti, todos os momentos,

Do meu viver em reverência, um dia de cada vez.

Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 23/08/2013
Código do texto: T4448357
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