Cego sigo
A guerra
Me faz criança faminta,
E a esquina do sonho
Me nega o sono.
Imprimem-me a escravidão
No meu cerco de liberdade.
Fujo desvairado
Como quem alcança,
Pés céleres,
Mente ao vento.
Sem alçar ancora
Acredito chegar
À liberdade...
Meu anseio e crime.
Assim,
Sigo cego nos atalhos
Onde determino
Minha "sorte".
Ademar Lopes da Silva
1988