Passos à noite

À noite, quando os passos vão perdidos.

As ruas, caminhos

Sem sentidos,

Nos levam a um só destino.

No jardim, o banco rústico de cimento.

Estático, espera pelo aquecimento,

Da nossa simples conversação.

No azul, olhos azuis das estrelas,

Ouvem as frases sem entende-las,

Palavras, enlevo sussurros.

Seu olhar, uma mensagem de amor,

Repouso, ali sereno com fervor,

Meus anseios, angústias e dúvidas.

Por quê, me faz indefeso

Como criança despida

De tão perdida,

O silenciar no céu

Para nos ouvir?!

Ademar Lopes da Silva

1988