Das dores do coração.
Como sofre este inocente coração,
Mergulhado em um rio de lavas,
Ardência no peito aguda aflição,
Nos seus olhos o rio de lagrimas.
Longe o tempo que o amor nasceu.
Com suas magias e seus encantos,
Fez-se eterno um dia, mas morreu,
Ofendido pelo veneno do desencanto.
No seu coração derrama desilusão,
Que por um desprezo se fez mortal,
Asfixiado padece de uma decepção,
Sorve da infelicidade o soro letal.
Quando enfim vem o ultimo suspiro,
Alucina-se naquela imagem bestial,
Na repugnante figura de um Sátiro, ¹
Que vem e lhe estende a taça fatal.
Quando nada mais resta de vida,
Um vento sopra no sentido norte,
Como o beijo da dama prometida,
Toca em seus lábios, vence a morte.
Toninho.
07/07/2013.
¹ Sátiros: Nome dado a certos semideuses dos bosques, na mitologia grega. Em parte humanos, tinham chifres curtos, orelhas pontiagudas, patas de bode, uma pequena cauda e tendo nas mãos uma taça, um tirso ou um instrumento de música.