Uma Deusa
Amar é correr o risco de não ser amado.
(Anônimo)
Ó, Haifa de Ébano,
Das belas invejada!
Vai à mulher que amo,
Visita a minha amada.
Vê s‘está no berço,
Uma canção de ninar ouvindo.
Ou pensando no preço,
Pra minha lembrança, sorrindo.
Ó, Haifa de Ébano,
Das musas, invejada!
Vai à mulher que amo,
Visita a minha amada.
Vê seus suspiros quais são,
A quem vai dar alento;
Quem beijou-lhe o coração.
Por favor, estou sedento.
Ó, Haifa de Ébano,
Das ninfas, invejada!
Vai à mulher que amo,
Visita a minha amada.
Vê que nome murmura,
Que doces notas produz.
Em quem pensa aquela pura?
A quem alumia aquela luz?
Ó, Haifa de Ébano,
Das estrelas, invejada!
Vai à mulher que amo,
Visita a minha amada.
Diz pra ela que há um ano
Sofro de um amor profano,
Por não saber como dizer:
Receba minha devoção, meu ser.
Ó, Haifa de Ébano,
Das divindades, invejada!
Vai à mulher que amo,
Visita a minha amada.
Pergunta como que faço —
Uma Linda conquistar.
Pergunta como que faço —
A sua morada alcançar.
Ó, Haifa de Ébano,
Das Vênus, invejada!
Vai à mulher que amo,
Visita a minha amada.
Eu pobre poeta —
Que assim me sinto —
De amores impossíveis, cantador.
Eu pobre poeta —
Que deveras sinto —
Dores e cicatrizes, fingidor.
Ó, Haifa de Ébano,
Por tantos cobiçada!
Vem a este fulano,
Tu és a minha amada.