Rendição

Vens rasgando minhas entranhas

Com todas as tuas artimanhas

E eu vou me fingindo de inocente...

De ti sou a ré mais confessa,

Vou te acolhendo sem nenhuma pressa

Teu nascimento é latente...

Não existe como fazer aborto,

És filho que vive mesmo morto,

És brasa queimando debaixo das cinzas...

És a água que inunda tudo,

És o meu vício mais agudo,

És o pincel que dá vida às tintas...

És doce cantiga de ninar criança,

Certeiro, jogas tua pontiaguda lança,

Nunca ouso me defender de ti!

Não posso nadar contra a corrente,

Não quero tentar domar serpente..

Eu sei, outras vezes estiveste aqui!

Vences qualquer apetrecho de guerra,

Nenhum coveiro te enterra...

És guerreiro esperando minha rendição!

Contra ti, toda batalha é perdida!

Eu já me considero rendida

Sou ,por vontade, escrava na tua mão.

Ane Rose
Enviado por Ane Rose em 28/04/2013
Código do texto: T4263889
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