Digitais
Em minh'alma sinto tuas digitais
Elas impedem a minha ignorância
Não posso fingir que não existes...
Minha imagem reflete teus sinais
Sem culpa, destróis tempo e distância
Finges que tuas presas são livres...
Me atrais sedutor para tuas celas
Eu sou prisioneira e tu és carcereiro
Mesmo trancafiada, não vejo grade!
Ao meu redor tantos becos e vielas
Mas me espreitas, cão perdigueiro,
Me atrais com iscas de felicidade...
Quando percebo, ancoraste no cais
Completamente rendida, me desarmo
E sei que me seguirás aonde eu for...
Envolta na tua música infinita de paz
Sinto toda a sublime emoção do parto
Me ajoelho aos teus pés porque és o amor.