O PRIMEIRO AMOR
Meu primeiro amor que me amava de verdade
Que também foi amada, na mesma intensidade
Nosso amor de verão, de criança
Tantos sonhos, promessas, tantos sonhos vãos!
A imagem que ficou, uma flor no seu cabelo
Uma cesta de camponesa, você colhendo flores
Jamais entendi, o porque meu amor !
Os sonhos se foram, se a vida tinha tantas cores
Agora revejo os campos vazios
Uma outra realidade, outro momento
Se eu pudesse saber do bem que me fazias..
Talvez você pudesse voltar no tempo
Ainda me prendo aos pequenos detalhes
Cada um traz uma pontada no peito
Em cada pontada uma triste lembrança
Do amor para sempre desfeito
Vagando encontro o velho pé de Ipê
Não mais imponente, de galhos quebrados
Ao lado do pé de palma cortado, sem rosto
Seu nome no tronco desenhado
Ah aquelas flores pintando tudo de amarelo!
Eram elas o símbolo da nossa união
Quantas vezes você desenhou as palavras
"eu te amo" com elas no chão?
Embora hoje tudo sejam velhas marcas
De um longínquo passado
Imagino sentir o cheiro das flores
E o gosto do seu beijo molhado
Mas na verdade tenho na boca o gosto do sal
Das lágrimas que andam nas asas do vento
São elas que me trazem de volta à realidade
No colo ligeiro do despertar de um pensamento
Sei que tudo se foi e nada será como antes
Porque tudo é pó na famigerada estrada....
Se fecho os olhos, ainda vejo uma cesta de flores
Que você deixou na minha alma, abandonada!