Simplesmente
Já sinto teu cheiro inebriante ao longe...
É uma mistura dos melhores perfumes
Que surgem não se sabe de onde...
Iluminas a escuridão como vaga-lumes!
Vens derrubando muros, construindo pontes...
Missão: escalar o impossível até o cume!
Chegas com tuas garras dominadoras,
Com tua língua de serpente-sedução,
Com tuas incertezas tão tentadoras...
Vens de mala e cuia em única direção...
Vens com tuas vontades avassaladoras
Derrubando todas as certezas no chão!
Vens como mãe para salvar o filho,
Como um lobo faminto procura comida...
Chegas como um pedinte maltrapilho...
Vens trôpego sem fronteira nem divisa...
Vens em busca de pouso, pobre andarilho,
Sem data marcada para incerta partida!
Vens em doses fortes para ser tragado,
Tens gosto de veneno adormecido...
Teus gritos ecoam, ainda que estejas calado!
Vens como andante cinicamente distraído,
Vens sem que precises ser guiado,
Aliás, tu nunca precisas ser conduzido...
Chegas como onda livremente gigante
Que arrasta tudo que vê pela frente!
Tens uma inacreditável mordaça falante...
Impões tua presença onipotente.
Deixas marcas fortes de sol flamejante!
Teu nome é amor simplesmente...