OÁSIS
Caminhos incertos te levam a lugar nenhum
Dias insípidos e opacos, sem perfume e sem cor
Barulhos estrangeiros inquietam tua alma
Melodia não há...
Rostos esquálidos esbanjam sorrisos sem vida
Palavras inócuas perdem-se no vazio, inertes
Jogos de poder no tabuleiro gasto de cartas marcadas
Ausência de emoção...
Corpos viciados perdem-se na mesmice do ato
Desejos amontoados nos cantos do instinto
Escorrem pelas valas da necessidade
Gozo sem paixão...
Em meio às brumas do desalento, avista-me
Cá estou vestida de simplicidade
Plena de amor, recebo-te sem medidas
Tudo em mim pulsa por ti...
Em meu regaço aninha-te e entrega-te
Bebes de minha fonte perene
Sacias tuas sedes, banha-te nu
Sou abundância...
No frescor de minha tenda repousas
Entre aromas e sabores, refestela-te
Na aridez desse deserto infértil
O calor emana de nós....
Emaranhados nos laços sem nós
Reconhecemos-nos em silêncio
Sob o manto que cobre a solidão
Teu oásis sou eu...