MANANCIAL DE PAIXÃO
És como a água de beber,
Que se adentra a me conhecer.
Hidrata minhas entranhas,
Dentro e fora não mais me estranhas.
Clara, límpida e cristalina,
Que rola do alto da colina.
Em seu regato me acho
Formando caudaloso riacho.
Evaporas diante do calor,
Sobes, desapareces em vapor.
Constrói nuvens inebriantes,
Desaguando em mares verdejantes.
Junto às estrelas, és nuvem madrugadeira,
Amanheces orvalhando relva, flores e espinheira.
Chamam-na, orvalho, geada, sereno,
Germina a semente molhando o terreno.
Penetras filtrada pela terra,
Segues teu caminho e não erras,
Surges sorrateira no grotão,
E me alimentas fosse eu um garotão.