PERMANECE, RESTA; PERMANECERÁ

O que na memória fica no corpo permanece, o

que no corpo permanece na alma se eterniza

se materializa em vida, em vidas vividas, em

vidas passadas, transcritas, descritas,

unicamente marcadas, resguardadas pelos

mistérios, segredos eternos de um último

beijo num último abraço que passou, mas

não passa, não passa...

Nada mais resta, e o que resta é saudade

é na verdade dor suportável que aprendi,

tive que aprender a suportar, por não poder

mais sofrer, por não conseguir mais esperar.

Nada me resta apenas a réstia das lembranças

que ao cerrar meus olhos me cerram as lágrimas

os suspiros inspirados de sentimentos que não

saem, não escoam, definitivamente não

passam...

O tempo se arrasta continua a me arrastar, se

fosse possível regressar, retornar o que iria

mudar? O que eu poderia mudar? Quanto ainda

iria lutar?

Não é mais suportável suportar, fingir, acreditar,

o desvio, continua tentando desviar o tempo,

desfazer os trilhos, desenhar destinos sem rumos

voltados para o mesmo destino que é cíclico

tende sempre para ti voltar.

Não ouço mais sua voz, não vejo mais teu

sorriso, não é mais permitido proclamar meus

sentidos, esperar a chamada, nem esperar

que me escrevas nem se quer pensar que em

mim ainda podes pensar.

Não me é mais permitido, não é mais concebível

viver a esperar na vazia esperança, que um dia

como um sopro repentino, um lampejo divino

poderás voltar.

Mas, sem mais nada a fazer e nem em ti

repentinamente pensar, tu ainda surges como

fantasma me atormenta a alma, ainda me

permite querer acreditar querer pensar.

Caí por terra, lágrimas, espera e esperança.

Mas permanece a última sinfonia, o último beijo,

a última poesia, o último abraço, restando ainda

o tempo passado que se faz presente, num eterno

presságio do meu futuro que ainda insiste e para

sempre persistirá em permanecer.

É impossível lutar, fingir que poderei fingir que

tão brevemente irei esquece-lá, é impossível

deixar de poetizar para você e continuar a escrever

aquilo que meu coração está cheio para dizer, mas

simplesmente não é mais permitido falar...

FINGINDO PARA MIM MESMO QUE É POSSÍVEL

VIVER SEM TI, EU VOU FINGINDO, VOU

DOLOROSAMENTE VIVENDO...

Para Todo o Sempre ...

Arthur Luz
Enviado por Arthur Luz em 11/03/2013
Reeditado em 12/03/2013
Código do texto: T4183640
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