O AMOR AINDA EXISTE?

Muitas vezes vacilante, dúbio, sem olhar,

sem flores, palavras que ferem, disfarces,

síntese de uma época bem modificada,

em que a mulher não tem mais carinhos.

Promessas vãs que denotam incertezas,

e nos compromissos firmados num Altar,

de um amor para uma longa existência,

à menor turbulência existem as separações.

Violências nas palavras ásperas pronunciadas,

até em agressões físicas que machucam e ferem,

um amor que prometia ser lindo e de entregas,

se dispersa e os atores acumulam somente ódios.

Não existem mais as contemplações do horizonte,

em que o sol extasiava as mentes no seu repouso,

e as nuvens coloridas prenunciavam a noite calma,

em que a lua soberana conquistava os corações.

No entanto sobrevive o amor dos que são calmos,

e convivem num espírito de mútuas compreensões,

temperados com doses homeopáticas de sorrisos,

que acalmam os corações e jamais transgridem.

O amor precisa se recompor para jamais sumir,

vivendo de carinhos, presenças, respeito mútuo,

e quando ele se instala em corações apaixonados,

recebe como dádivas lágrimas sinceras de emoções.

09-03-2013