Dê-me teu coração
Pare! Imploro-te.
Descongele os cristais
Que encobrem teu coração.
Dê-me a chave
Que abre os portões
Que levar-me-ão
Ao teu encontro.
O furor do teu olhar
Me faz desfalecer,
Mas as tempestades
Emanadas deste seu olhar
Serão dissipadas
Pelo calor do meu amar.
Teu desprezo abre as feridas,
Que,
Outrora, não se punham a cicatrizar.
Embriaga-te com
O sangue das minhas chagas.
Não importa-me.
O sofrimento é testemunha
Das mazelas de minha obsessão,
Dos dessabores colhidos
Pelo teu frio desprezo
Perante minha paixão.