Esses Olhos
Quando olho,
Nos teus olhos,
Penso se posso,
Sugar-te os ossos.
Feito vampiro,
Dos que sentem,
Que busca abrigo,
Nesse corpo quente.
As pálpebras,
Cortinas de pele,
Que meu ser adora,
Feito corpo celeste.
Perdido nessa imensidão,
Que é o universo,
De suas órbitas de paixão,
Fazendo-me um servo.
Mar de cores,
Refletidas,
Causando dores,
Abrindo feridas.
O preço que se paga,
Por amar com alma,
O muito se tornada nada,
Morto nas suas palmas.
Cílios delicados,
Umas cerdas divinas,
Que um enamorado,
Contempla todo santo dia.
Fujo para dentro de mim,
Desejando sugar-lhe inteira,
Algo que não espera um fim,
Admiração que é verdadeira.
Cada piscada é uma cela,
Que me cativa a libertar,
O desejo que me dilacera,
A ponto do peito, degenerar.
A fonte que é poço,
Onde posso resgatar,
Meu último esforço,
De ter razão para acordar.