Esses Olhos

Quando olho,

Nos teus olhos,

Penso se posso,

Sugar-te os ossos.

Feito vampiro,

Dos que sentem,

Que busca abrigo,

Nesse corpo quente.

As pálpebras,

Cortinas de pele,

Que meu ser adora,

Feito corpo celeste.

Perdido nessa imensidão,

Que é o universo,

De suas órbitas de paixão,

Fazendo-me um servo.

Mar de cores,

Refletidas,

Causando dores,

Abrindo feridas.

O preço que se paga,

Por amar com alma,

O muito se tornada nada,

Morto nas suas palmas.

Cílios delicados,

Umas cerdas divinas,

Que um enamorado,

Contempla todo santo dia.

Fujo para dentro de mim,

Desejando sugar-lhe inteira,

Algo que não espera um fim,

Admiração que é verdadeira.

Cada piscada é uma cela,

Que me cativa a libertar,

O desejo que me dilacera,

A ponto do peito, degenerar.

A fonte que é poço,

Onde posso resgatar,

Meu último esforço,

De ter razão para acordar.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 26/02/2013
Código do texto: T4161308
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