Cobertor da Saudade
Na madrugada que se passava lentamente vi
os relógios congelados parados sob as águas
que sob minha face desaguavam como jorro
sob minhas mãos que se afavam sob meus
olhos tentando conter essa colossal emoção.
Não era possível reverter tal situação, o
transbordo vinha de dentro, era como arteria
rompida que me banhava de tristeza, saudade
e solidão.
Entre as paredes escuras e o brilho da lua
que se desenhava na janela, tentava ver
teus olhos refletidos sob o mar que se
formava vagamente diferente das nossas
lembranças que a toda momento veem
me encontra.
Teu brilho é lampejo divino e não a causa de
minha abnegação e tristeza.