A MAGIA DO AMOR

É misterioso a sua forma de aparecer,

Surgindo até num olhar despretensioso,

E numa sucessão de acontecimentos,

Explode como se fosse um ribombar.

O coração acelera, a adrenalina sobe,

E o olhar se torna tão contemplativo,

Que não se entende as emoções surgidas,

De duas criaturas que jamais se olharam.

Ela, meiga, pele macia, olhar distante,

Como se estivesse contemplando o espaço,

E de repente suas emoções se avultam,

Pois sua alma lhe sussurra o amor à espreita.

Ele, homem, indiferente, pedra bruta,

Não tem sensibilidades nem gestos mansos,

Dado à sua condição de virilidade aviltada,

Mas que tocado se rende às emoções.

O amor vai então entonando suas magias,

E como um pintor que derrama as tintas numa tela,

Os cenários vão surgindo num lindo esplendor,

Tocando os dois corações que querem se conhecer.

Toques suaves com as mãos trêmulas umedecidas,

Um aproximar de lábios que teimam em se tocar,

Aos poucos os olhares dão a tônica ao cenário,

Até que os corpos ardentes se unem em desejos.

Cenários que jamais viram vão se deslumbrando,

E a magia do amor vai despertando emoções mudas,

Que estavam guardadas sem nenhuma utilidade,

Mas que se tornaram relíquias numa nova situação.

24-02-2013