A Moça Que Não Tinha Medo De Abraçar...



Diante da água que escorria manhosa pelo paredão
Entrelaçei-me a uma árvore
Assim como quem abraça a solidão
Em silêncio fiquei ouvindo a sinfonia do vento
E ali longe de tudo
Só restou uma moça e o seu sentimento
O celular na gaveta juntando poeira
E o suor da lida escorrendo a semana inteira
Mas a fronte eu nunca abaixava
E toda tarde na cachoeira me banhava
Protegida por aquele espelho de águas turvas
Eu fechava os olhos
Deixando que as lágrimas escorressem pelas minhas curvas
Criada para do amor nunca sentir medo
Espalmei minhas mãos no limo do rochedo
Transformando a poesia num velho rapaz
Consciente...
De que a terra é o berço da moça de Batatais
Arrastando todo o romantismo de outrora
Sou até capaz de vê-lo se fechar meus olhos agora
Indiferente é a distância e o lugar
Por mais que eu me esconda
O amor sempre irá me encontrar
E o recebo sem qualquer susto
Com longos cabelos cobrindo a palpitação do meu busto
E quando mãos calejadas descortinarem da água o véu
Encontrará a macia e rubra face de Raquel
Finalmente entenderá que cultivar o bem sempre valerá a pena
E ali sob aquela cachoeira
Saberá que essa vida não é a derradeira
Quando se aconchegar nos braços de sua morena...







                                                         





 

Raquel Cinderela as Avessas
Enviado por Raquel Cinderela as Avessas em 01/02/2013
Reeditado em 01/02/2013
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