Minha flor!
Minha flor!
Talvez quisesse te dar um beijo.
Não sei, talvez!
Talvez quisesse correr até teus abraços
e na singularidade dos teus sonhos, te darem também os meus.
Não sei, talvez!
Talvez quisesse te dar toda sabedoria,
como se dono da vida fosse, como controlador dos destinos fosse.
Como se fosse algo mais que a própria ignorância.
Talvez a realidade dos mortais fosse minha, apenas minha,
ostentadora, escura como abraço da madrasta noite.
e na clareza da sua penumbra, bons e maus frutos se tornam iguais na sua forma.
Talvez quisesse te dar as florestas, toda beleza selvagem
e inóspita que elas proporcionam e o verde da esperança como baluarte.
Não sei, talvez!
Talvez quisesse te dar os rios, com eles toda fertilidade dos vales.
Talvez quisesse te dar os mares, com eles toda beleza, esplendor.
Todas as tempestades e solidão.
Não sei, talvez!
Talvez quisesse te dar tudo que meus olhos já viram.
Tudo que meus pés já pisaram tudo que minhas mãos já tocaram.
Não sei, talvez!
Perdoe-me se só tenho amor e esperança no coração
Desculpe-me, se isso não é o bastante,
entre a lógica da sabedoria ou a simplicidade e pureza da ignorância.
Não sei, talvez!
Talvez quisesse poder adormecer
sobre a beleza da flor no jardim da minha vida,
afagando a solidão em meu desatino.
Não sei talvez!
Amantino Silva