Esqueceram de mim
Poderia fingir que não ando contra o vento,
Mas, a denúncia estaria nos meus cabelos;
Na verdade usei máscaras, mas, já nem tento,
Pois o tempo rasga-as, isso é cem por cento,
Deixo desfilarem nus, pois, os meus apelos...
Posso afirmar certo que há gente mais bela,
E que sua rejeição não é o fim do meu jogo;
Mas, se partir o espelho, o semblante revela,
Que ao desfilares no mirante de minha janela,
Sonho acender, atiçar, e após apagar seu fogo...
O mau uso da liberdade aprisiona, eu bem sei,
Mas, grades de gente se rompem com afeição;
Em mim jazem todos prazeres que não te dei,
Quero libertá-los, você sabe bem, que já tentei,
Mas é mui alta a muralha dessa minha prisão...
Por bom comportamento eles terão condicional,
Acho que a lei reserva para os tais, algo assim;
deleites todos verão a luz nos teus olhos afinal,
pois, passou aquela porra do indulto de natal,
e as autoridades todas, esqueceram de mim...