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Soneto LXVI (Pablo Neruda)

Não te quero senão porque te quero
e de querer-te a não querer-te chego
e de esperar-te quando não te espero
passa meu coração do frio ao fogo.

Quero-te só porque a ti te quero,
Odeio-te sem fim, e odiando-te rogo,
e a medida de meu amor viageiro
é não ver-te e amar-te como um cego.

Talvez consumirá a luz de janeiro,
seu raio cruel, meu coração inteiro,
roubando-me a chave do sossego.

Nesta história só eu  me morro
e morrerei de amor porque te quero,
porque te quero, amor, a sangue e fogo.

(Tradução de Maria Teresa Almeida Pina)



Pablo Neruda
Enviado por Ariadne Cavalcante em 07/01/2013
Reeditado em 28/03/2015
Código do texto: T4071919
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