Eu Boneca.

Concerte-me,

Faça-me uma perfeita boneca novamente.

E que na perfeição algo se destrua...

Quebre-me,

Junte os cacos de minha face porcelana e, jogue-os ao vento.

E que o vento leve-me ao longe...

O longe somente perto para quem se arrisca em atravessar os portões.

Eu boneca, nada posso fazer...

Guie-me quando o vento por outra direção seguir.

Rasgue-me,

Do vestido rendado ao trapo.

Vista-me em vergonha...

Me cubra, me exponha.

Apague meus passos, para que na floresta me perca...

E o sangue se mistura ao gosto das cerejas,

Minha boca vermelha pede um beijo, os lábios teus longínquos... Acaricia-me num sorriso.

Por detrás do mudo, o vazio...

Por dentro de mim, nada.

O veneno das palavras mata-me aos poucos...

Boca minha vermelha, olhos teus perdidos.

Eu boneca...

Você amor meu, foi-se e deixou-me quebrada.

Encontrar-te-ei nesta longa estrada...

Camylla
Enviado por Camylla em 02/12/2012
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