Vem sentar-se comigo.

Vem sentar-se comigo, amor, á sombra da mangueira.

Esquece teu ofício e vem e traz um dos seus versos

cintilantes, para me encher de encanto.

O silêncio do campo te assusta?

Ah! o perfume das folhas e o ardor de mil

aves bicarão seu coração.

Mas nada que te fira ou arda mais que

ficar aí, a apascentar almas vazias...

Abandona de vez essas volucres, amor, e

vem sentar-se comigo à sombra da

mangueira, como quem se senta ao paraíso.

Mas vem depressa.

O dia,

o dia dos amantes,

conta-se de acordo

com os batimentos do coração,

e eles (os batimentos), já

cavalgam rente ao precipício.

Rosemary Chaia
Enviado por Rosemary Chaia em 26/11/2012
Código do texto: T4005532
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