Vem sentar-se comigo.
Vem sentar-se comigo, amor, á sombra da mangueira.
Esquece teu ofício e vem e traz um dos seus versos
cintilantes, para me encher de encanto.
O silêncio do campo te assusta?
Ah! o perfume das folhas e o ardor de mil
aves bicarão seu coração.
Mas nada que te fira ou arda mais que
ficar aí, a apascentar almas vazias...
Abandona de vez essas volucres, amor, e
vem sentar-se comigo à sombra da
mangueira, como quem se senta ao paraíso.
Mas vem depressa.
O dia,
o dia dos amantes,
conta-se de acordo
com os batimentos do coração,
e eles (os batimentos), já
cavalgam rente ao precipício.