Por que ainda estou aqui?

Tão desconexo é,
Acordar nos braços de um
Desesperada pelo cheiro de outro;
Sentir êxtase vazio,
Bancar um sorriso livre,
Estando aprisionada ao vulto de alguém passado.
Curioso
– posso assim dizer –
Perceber que o amor já fez sua morada
Mas, ao estilo de uma tragédia grega,
Impossibilitado está em ali residir.
Perdida numa solidão indesejada da bem-querência,
Persigo aquele fantasma amado em todos os lugares familiares,
Pelas ruas,
Através da noite,
Em cada curva similar ao rosto tatuado em mim.
Ainda há tempo de voltar e apagar os erros causados pelo temor?
Sei que não.
Contudo, afundo-me nesta esperança inválida.
Perdi você, bem sei...
Fazer o que?
Nasci para ser sua.
Karla Hack dos Santos
Enviado por Karla Hack dos Santos em 03/11/2012
Reeditado em 09/04/2013
Código do texto: T3966206
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