Do Amor...
É que do amor a gente sabe tão pouco
Se aventura nessas vielas e n'outras tantas avenidas sem fim
E a gente só supõe o amor
Antes seja tela viva
Retrato móvel, rio correndo pra gente
E a gente se arrisca tanto no amor
Que não é jogo de azar
Disposto esteja a amar
E tantos outros dias o fará... Amor
O melhor do amor é ele mesmo
Ele mesmo em nós e , despretensiosamente, a gente se amando
Desarmados, sem rancores passados, sem passado algum
O amor é bem isso mesmo
Vinho derramado no lençol branco
E as paredes novas cheirando ao perfume dela
É que eu me perco no amor... Dela
E não me acho... Vou me escondendo nos arbustos e sombras dessa moça
E só de amor se faz história de amor
Sem destino, preço ou outra dor
Amor é confusão boa...
Achar-se buscando os pequenos olhos calados...
Na multidão estúpida contando dinheiro
É desprender-se de tempo e convenções
É escavar o peito amado e repousar...
Gastando os minutos da eternidade em amor
E amor é mesmo o armário revirado...
Como o peito já tomado de saudade...
Segundos antes de partir
É que a gente sabe tão pouco de amor...
Que nele se encanta...
E reconhece amor... Por ela