AMOR DILACERADO
Viviam em êxtases, lágrimas caindo,
vendo belezas por estarem apaixonados,
como numa flor que se abre,
o sorriso de uma criança,
ou um por do sol com seu esplendor.
Tudo era generosidade,
em dois corações que viviam no amor
e nas noites de insônia,
se imaginavam amando,
num entrelaçar de corpos.
Até que um dia um telegrama,
poucas letras, ordens severas,
que se descumpridas,
por ser soldado que servia a Pátria,
a desonra seria muito maior.
Um país distante, conturbado,
dilacerado por ideologias confusas,
em que vidas são destruídas,
por atentados suicidas,
não importando as vítimas,
muitas vezes parentes de sangue.
Lá vai o apaixonado chorando,
e seu amor aqui fica derramando lágrimas,
separados por crueldades do destino,
tendo que mediar ódios num País estranho,
podendo ser vítima de uma bala assassina.
Assim um amor tão suave e belo,
vai repousar esperanças de um dia voltar,
por ser soldado da paz para evitar os conflitos,
em atentados brutais vitimando crianças,
mães que choram por tudo perderem,
perambulando entre destroços procurando corpos.
Um amor dilacerado que anseia se recompor,
espera confiante um feliz reencontro,
mesmo que as distâncias não sejam barreiras,
diante de fluidos generosos dos dois corações,
que mandam recados amorosos por pensamentos,
e a brisa apanha para atenuar suas lágrimas.
27-10-2012