O QUE VALE MESMO A PENA É RIR DA GENTE MESMO.

Ria de você, dos seus urros, dos seus destrilhos, dos seus guinchos.

Ria das suas mágoas, das suas saudades, dos seus calos, dos seus puns.

Ria das suas manchas, das suas fomes, dos seus medos,

ria de você pra valer.

Gargalhe pra suas entaladas, suas derrapadas, seus passos tortos.

Goze seus medos, seus limites, seus arranhões.

Tire o maior sarro dos seus erros, das suas mancadas,

das suas pisadas na bola.

Seja o maior gozador da sua dor, dos seus remendos, das suas descompensadas, das suas grandes mancadas.

Ria pra valer de tudo que te incomodar, de tudo que te encher, de tudo que teimar em tirar você do sério.

Perdoe todas suas derrotas, todos seus fracassos, todas suas broxadas.

Releve as sacanagens, as injustiças, as saias justas que te colocarem.

Esqueça o que deu errado, o que era importante, o que valia a pena.

Jogue longe todo seu jeito de mandão, aquela voz que sabia o que era certo, aquela mania de deixar tudo alinhado, tudo certinho, tudo no lugar.

Tudo isso não vale absolutamente nada, pode crer.

Tudo isso só serve pra aporrinhar nossa alma, deixando-a reclusa,

tosca, fedida, pobre de fato.

Tudo isso só serve pra detonar o nosso mais precioso fio de vida.

Que a gente, mais teimoso que mula, faz absoluta questão de jogar no lixo da nossa imensa e infinita pequeneza.

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