Camila
Deitada na areia... Esperando o sol chegar
Conta os grãos e os amores antigos
Empoeirados e gastos
Escorre nas mãos uma saudade
Desliza o que não viveu
Tem nome que chama: "Vem Cá"!
Camila, me chama, a noitinha num canto
Beija e me sopra... Contra a parede
Me revira, bagunça, inquieta, desespera
Pra ela encurto os dias
Os que não servem sem ela
Salto as noites e trago ela
Nunca vi, nem imagino
Como tropeçar nela?
Há tantas caídas à beira
Camila me acorda
Dá corda e nota
Dá verso, dá prosa, um conto
Te conto que por ela eu fujo
Pro fundo e não volto
Se profundo não for não há de servir
Se louco não for não há de ser bom
Se o beijo acabar não há de amar
Se o teu sonho eu sonhar
Aí sim... Repousar minha loucura
Nesses olhos nunca vistos
Te reconhecer parte daqui
De mim, como o que não deixa de ser
Por assim dizer e prum dia virar... Nós