Camila

Deitada na areia... Esperando o sol chegar

Conta os grãos e os amores antigos

Empoeirados e gastos

Escorre nas mãos uma saudade

Desliza o que não viveu

Tem nome que chama: "Vem Cá"!

Camila, me chama, a noitinha num canto

Beija e me sopra... Contra a parede

Me revira, bagunça, inquieta, desespera

Pra ela encurto os dias

Os que não servem sem ela

Salto as noites e trago ela

Nunca vi, nem imagino

Como tropeçar nela?

Há tantas caídas à beira

Camila me acorda

Dá corda e nota

Dá verso, dá prosa, um conto

Te conto que por ela eu fujo

Pro fundo e não volto

Se profundo não for não há de servir

Se louco não for não há de ser bom

Se o beijo acabar não há de amar

Se o teu sonho eu sonhar

Aí sim... Repousar minha loucura

Nesses olhos nunca vistos

Te reconhecer parte daqui

De mim, como o que não deixa de ser

Por assim dizer e prum dia virar... Nós

Pedro Hermes
Enviado por Pedro Hermes em 16/09/2012
Código do texto: T3884670
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