Tarde de fim de inverno
O improvável protagonismo solar na imensidão azul
A brisa abafada e os insetos em festa
O dia perfeito para o ofício do jardineiro
A flor carece de cuidados
No interior do bosque o tempo é nulo
A natureza conspira a favor dos amantes
Da solidão se fazem multidões
Exalando o perfume da paixão!
Tarde adentro, o amor é o lema
Dos corpos entrelaçados em caos fazia-se a perfeição
Os olhos, como ímãs, atraíam-se em juras eternas
E as lágrimas comprovavam o magnetismo
Tendo a lua como coadjuvante
O jardineiro finge conformismo com a despedida
A flor precisa retornar ao jardim
Mas a impossibilidade da separação é irreversível
E seguem habitando um ao outro