Castigo de amante
Um dia
Deus olhou para a terra
E lembrando-se desse pobre
Que sobre o mundo erra
Colocou sua mão piedosa
Na face desse poeta
Permitindo assim
Que entre tantos espinhos
Eu pudesse enfim
Colher uma rosa.
Em uma tarde chuvosa
Você foi um arco-íres
De luzes harmoniosas
A brilharem formosas
Iluminando o caminho
Para guiar meus passos.
Mas e agora?
Agora que o mundo
Cobra-me a verdade
Querendo saber
O que eu não sei,
Tenho que perguntar!
Posso eu te merecer?
Poderia um anjo Vai!
Acostumado ao céu Volta ao seu lugar
Arrastar-se comigo E esqueça-se desse poeta
Nas entranhas do inferno? Pois aceito o meu castigo!
Teria eu, anjo torto Quem nessa vida
A encharcar-se de lodo! Só viveu em pecado
O direito de cortar Não poderá jamais
Suas asas tão puras. Amar e ser amado.