Asas desse dom



Trago o coração tranqüilo;
Curva de rio a se perder de vista.
Trago o coração em agonia
mar de ondas fortes,
tormentas, furor, ventania.
Quem aporta a estas horas
deve saber onde mora;
e a direção da porta,
é rosa dos ventos assoprada.
Sou súplica renitente
e alegação tranqüila,
porque me falta estar presente
e todo caminho é a via que me servia.
Guia-me, se escutas.
Que teu coração determine
O compasso da minha luta.
Quero exalar teu cheiro
e ser campana...
Alguém pronta a saltar do monte,
a te cruzar os passos,
desde que vestida das asas desse dom:
o dom de ser leveza em teus braços.