Súplica à Betty
E agora, mulher?
Onde levastes meu sol de domingo
Que já não nasce mais
Da janela do teu quarto
Invadindo o sono quente, pesado
E só de paz e em solidão eu fico
O que dispenso, pois assim não vivo
Arranca toda culpa além de mim
Afasta o peito de um caminho sem fim
E assim se enxerga mais, Betty
Mais que TV na hora errada
Que minha vontade exagerada
Que meu amor assim por nada (em troca)
Eu te disse, menina
Essas coisas não se curam
É fóssil, alguém um dia encontra
Essas coisas duram
Vai não, Betty
Não é o derradeiro ainda
E o quanto eu prometi
Escrevi em você tudo que era amor
Tudo de mim, toda calma
E sorriso pro teu sorriso
Eu sei de tudo isso, Betty
Tua ausência já dói e explica
Betty, põe aqueles óculos
E termina esse poema pra mim
Me vendo além do que era torto
Segura ele no rosto
E não tira quando eu chegar
Veste as mesmas surpresas
E passa aquele sorriso, o mais claro que tiver
Me espera pra tudo que vier
E se assim mesmo não der...
Me deixa perto
E não vai de novo, não
Que isso tudo perde a razão
E os versos soam em vão
Deixa a chave lá fora
Eu devo chegar...
Você vai estar...?