Carência de amor
Transformei-me em água
Quando a bela ao sentir a garganta seca
Sussurrou baixinho a falta que sentia
Ao sentir que minha matéria
Aos poucos se desfazia
Pulei no lago e a chamei.
Sentindo que a saciei
Pude prover da sua energia
Percorrendo seu corpo
Numa caminhada de transformação
Minha água começou a esquentar
Refletindo o calor em seu rosto
Logo começou a suar
Devolvendo-me a vida
Que a pouco lhe emprestara
Num ato de pura troca.
Senti suas emoções
Quando em forma de água
Fiz parte de seu sangue
E num giro de muita rapidez
Pulso em seu coração
Até saber o que passou não foi ilusão.