ESTILHAÇOS

ESTILHAÇOS

Pareciam crianças querendo brincar,

Buscando nas flores pétalas macias,

Que espinhos escondidos não queriam ferir,

E seus perfumes a brisa suave vinha buscar.

Não tinham vaidades e um coração tão brando,

Que as afinidades eram os temperos das Almas,

Criaturas moldadas para uma existência feliz,

Serena como os olhares sutis que trocavam.

Vislumbravam a aurora que vinha radiante,

E o sol com seus raios despertavam as vidas,

Onde o sereno da madrugada enfeitava os campos,

E as gotículas do orvalho pareciam jóias preciosas.

Nas matas verdejantes os pássaros em revoadas,

Nos alaridos de seus cantos buscavam seus rumos,

E a cachoeira em transe despencava do alto,

Formando arco-iris que balançavam ao vento.

Os perfumes das flores silvestres que despertavam,

Espalhavam seus odores pelos campos floridos,

E a brisa suave que vinha calma lá dos montes,

Carregava em seu bojo todos seus perfumes.

Viam depois o sol preguiçoso querendo descansar,

Da jornada estafante e mudando suas tonalidades,

Que ia espalhando pelas nuvens cores esfuziantes,

E vaidosas balançavam ao vento formando figuras.

A noite serena vinha calma escurecendo os vales,

E um manto de imensa negritude espalhava no céu,

Pontilhado de estrelas brilhantes querendo brincar,

Até aguardarem a lua enluarada convidativa para amar.

Assim eram os cenários que os jovens enamorados tinham,

Que compartilhavam com meigos abraços e enlaçar de corpos,

Beijos ardentes que iam se propagando até um estafar,

E depois abraçadinhos dormiam serenos até um novo raiar.

Num momento de discórdia que jamais poderiam antever,

Estilhaços de ódio foram se espalhando como em tempestades,

Tal a dimensão do choque brutal que feriram suas Almas,

Circunstâncias da vida onde não se entendem as razões,

E as lágrimas copiosas nem puderam ao menos atenuar.

02-08-2012