De nome coração

Tinha uma ruazinha,

Longe donde vivia

Que figura um céu divino.

Lá, a paz, emancipa.

E bem devagarzinho,

Ao raiar dos dias,

Via, da janela, as brumas que lá tinham,

Nuvens brincando de cortina!

De prédio e progresso

– graças! –

Não possuía.

Escutava, até, os grilos e as cigarras,

Que junto ao balé da minha fumaça

As acompanhava.

O tempo daquele lugar...

Coisa mais infinita!

Os minutos eram mais longos

E as horas mais curtas,

Só para, o relógio, eu não olhar.

E como não poderia, diferente, de ser

Sabes que andei pensando em você?

Aqui nesta rua sem saída,

Minha sossegada avenida,

De nome coração...

Agenor Do Bem
Enviado por Agenor Do Bem em 14/02/2007
Reeditado em 14/02/2007
Código do texto: T380886