Tu és a minha roupa

Banho-me com raios de sol

Que traz aromas do horizonte

Abrem-se meus poros, há profusão do teu perfume ainda em mim

Ontem vesti-me vagarosamente de ti

Reforçando tuas mãos em minhas mãos

Com uma conjunção carnal quase de sangue

Vi em teus olhos tantas sementes

Afortunando o jardim dos meus desejos mais ardentes

Vesti-me de ti sem nenhuma pergunta

Sentindo a pele e o sexo amaciados

Em meu tato teus afetos

Em minha boca teu leite quente de pecado

Eu em tua boca roçando teus dentes

E repousando com um beijo adocicado

O luar quando minguou ondulações

Trouxe a noite seus dilemas

Tergiversa penumbra a escorrer das mãos do céu

O sol gritando o meu nome.

Tu dormias em meu dorso calmamente

Toquei em ti com gigantesca emoção

Beijei teus olhos jubilosos, sonhadores

Alvissareira, festejei tua respiração.

Vislumbrei o sol a empurrar as brumas

Um dia a mais estava nascendo

E eu sempre querendo vestir-me de ti.

Veste-me, veste-me, veste-me...

Janaina Cruz
Enviado por Janaina Cruz em 31/07/2012
Código do texto: T3806477
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.