Meu Doce Novembro
Ela é bem assim
Duas mãos segurando a face
A mesma face que sorri
Encantando a vista de quem verseja a felicidade de sua alma
Ela é bem assim
Bem de longe vem e tumultuando corações
Perfurando sonhos e desencantando a calmaria do nada
Ela é bem assim
Não pede pro tempo correr nem arrastar-se
Aceita a concessão dos deuses mais nobres
E a restrição dos mais castradores
Ela é bem assim
Há dias que nem se nota
N'outros me provoca súbito desengano sua ausência
Ela é bem assim
Convive com as batidas do meu peito
No ritmo dos meus versos tão antiquados e fora de moda
Com a velharia das decepções que recito
Com minha eterna vontade de cantar amores
Ela é bem assim
Despede-se e demora...
É um vento doce, com gosto de promessa de Novembro
Certeza de razões e logaritmos
Paixões e mil amores no olho do furacão