Um "Sentidor"
Ao certo não sei
Quando, de fato, avistei
A paisagem delirante dos teus olhos
A doçura entorpecente dos teus lábios
De certo eu sei
Que nos conhecemos e nunca mais desconhecemos
Face a face
Duas metades de uma coisa só
O que é? - Não sei ainda
Por certo vivo nisso
Disso que me alimenta aos fins de tarde
E da dor da tua ausência
Que machuca e o peito arde
Mas é certo que assim serei
Seremos um pro outro até distante
E que mesmo se outros amares
Ainda assim teus pés gelados vão estar
Implorando que meu sorriso vá ou volte logo
Desesperando da noite vazia
Pedindo a Ele o fim da agonia
Por certo meu amor levastes numa sacola
Com tuas roupas e meus versos sempre teus
Não te vejo nem te encontro por aí
E do teu dia não mais sei o que aconteceu
Quero teu sorriso do meu lado
Quando o sol, de leve, beija nossos corpos (e eu o teu)
Temporada de jardins mortos
Que floresça no teu peito meu verso de amor
Que tu voltes e eu me volte, findando essa dor
Errante sigo feito poesia vida afora
Sem parar nem desistir da sina de "sentidor"
Mas que logo chegue e me cure
E me banhe, por inteiro, com teu amor