Um "Sentidor"

Ao certo não sei

Quando, de fato, avistei

A paisagem delirante dos teus olhos

A doçura entorpecente dos teus lábios

De certo eu sei

Que nos conhecemos e nunca mais desconhecemos

Face a face

Duas metades de uma coisa só

O que é? - Não sei ainda

Por certo vivo nisso

Disso que me alimenta aos fins de tarde

E da dor da tua ausência

Que machuca e o peito arde

Mas é certo que assim serei

Seremos um pro outro até distante

E que mesmo se outros amares

Ainda assim teus pés gelados vão estar

Implorando que meu sorriso vá ou volte logo

Desesperando da noite vazia

Pedindo a Ele o fim da agonia

Por certo meu amor levastes numa sacola

Com tuas roupas e meus versos sempre teus

Não te vejo nem te encontro por aí

E do teu dia não mais sei o que aconteceu

Quero teu sorriso do meu lado

Quando o sol, de leve, beija nossos corpos (e eu o teu)

Temporada de jardins mortos

Que floresça no teu peito meu verso de amor

Que tu voltes e eu me volte, findando essa dor

Errante sigo feito poesia vida afora

Sem parar nem desistir da sina de "sentidor"

Mas que logo chegue e me cure

E me banhe, por inteiro, com teu amor

Pedro Hermes
Enviado por Pedro Hermes em 27/07/2012
Código do texto: T3799638
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