ALVORADA
Chega a manhã vestida de geada
Cobrindo os sonhos com ruína
Levando embora a madrugada
Desfilando frio, trazendo rotina...
Estende seus braços de claridade
Fere meus olhos como quem ri
As horas gritam, desperta a cidade.
E sou obrigada a me afastar de ti
Me levanto como quem não sofre
Nem de frio, nem sono, ou desejo
Tu me olhas como quem socorre
Mas sem argumentos para tal ensejo
Me deleito com teu abraço quente
E com seu desejo de bom dia
Me arrasto como quem consente
Com o destino dessa manhã tão fria
Deixo-te sozinho a rodear o sono
Peço aos anjos que te protejam
A esta oração, uma outra somo:
Que as horas passem e meus olhos te revejam!