POEMA MORTO
Ele surge com a humilde criatividade de um pastor semeando seu banho
Sempre na hora certa, não se atrasa, não se ilude não se guarda
Carrega a sua ferida cúmplice de um passado de ilusão cheio de sonhos
Deixe o tempo ele passa e você se enquadra na moldura do quarto
Fecho as janelas e o que eu vejo são brisas de medo
Refugio das civilizações modernas de luxo barato
Regada a ferro e fogo, com um cheiro de desgosto
resplandece na semente da madrugada do terror
Hoje é um dia obscuro calado e maduro
A sombra fletarva no meio da calçada
O relógio dispara e o ritual começa
Negras nuvens da madrugada recolhem almas obstinadas