Oferece-me uma violeta ...
Oferece-me um beijo, ainda que breve
Faz-me sentir viva, apenas nessa hora
Toca devagar minha alma
Tatuada pelas cicatrizes dos anos
Oferece-me um sonho, ainda que impossível
Não um sonho perfeito, concluído
Constroi-o
Dá-lhe cor, todas as cores das flores silvestres
Oferece-me um abrigo, no final deste inverno
Seus braços em concha
Suas mãos em carícias
Seu olhar como labaredas a aquecer
Meu corpo gelado
Para acalmar as saudades
Do beijo
Do sonho
Das mãos
Do amor...
E no silêncio dolorido destas saudades, tantas
Desperto os desejos adormecidos
E na poesia, o sonho faz seu ninho
E no meio das violetas, o poema acontece
E as ilusões... adormecem
Oferece-me uma violeta, apenas