Ó Bela

Ó bela poesia que às vezes

Se faz de calada por pura

Incompreensão das suas palavas!

Ó bela poesia que às vezes

Se faz de espinhos como os

Dos galhos da rosa que se nega

Ser rosa por ter nascido branca!

Ó bela poesia que às vezes

Se faz de seca como o agreste

Das cercas que cercam o

Gado que de tão magros,

Se vê as costelas!

Ó bela poesia que às vezes

Se faz de reza nos lábios do pecado,

Aos pés de Santa Luzia!

Ó bela poesia que às vezes

Só se torna viva pela morte

De quem a escreveu!

Pergentino Júnior
Enviado por Pergentino Júnior em 02/07/2012
Reeditado em 02/05/2017
Código do texto: T3757279
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