Ó Bela
Ó bela poesia que às vezes
Se faz de calada por pura
Incompreensão das suas palavas!
Ó bela poesia que às vezes
Se faz de espinhos como os
Dos galhos da rosa que se nega
Ser rosa por ter nascido branca!
Ó bela poesia que às vezes
Se faz de seca como o agreste
Das cercas que cercam o
Gado que de tão magros,
Se vê as costelas!
Ó bela poesia que às vezes
Se faz de reza nos lábios do pecado,
Aos pés de Santa Luzia!
Ó bela poesia que às vezes
Só se torna viva pela morte
De quem a escreveu!