Mais do que Patrícia
Perdidos no labirinto de sonhar-te
Meus trôpegos passos vacilam
E um imenso vazio tocando a minha sina.
Meus sonhos, expansivos, azulados e penetrantes,
Tentavam vislumbrar-te em meio a trevas.
Difícil é imaginar-te diferente
Que não um prazer que, pura e simplesmente,
Viesse me aquecer as noites frias.
Estrela solitária e esquecida
Num vasto e azulado infinito;
De longe, eras pura e tão somente
Um corpo nesse espaço sem tamanho.
O olhar do ansioso viajante
Bucava-te sem trégua em céus estranhos,
Até que um não piscar de olho atento
Se ofusca com teu brilho em céu suspenso;
Porém, não eras simplesmente um asteróide
Um corpo estranho que ornamenta a seda azul;
Nem tampouco eras apenas mais um nome
Que em palvaras dão sentido a um corpo nu;
Brilhaste mais que lua alegre e cheia
E encheste meus poemas de poesia.
Do universo do eu Deus, eras primícia,
Do universo do eu homem, a delícia;
E nos sonhos do poeta eras muito
Eras muito, muito mais do que Patrícia.