Rabiscos de amor
Minhas mãos, trementes,
Quase não conseguem segurar
A caneta que desliza tão suavemente
Por sobre a folha que agüenta o meu pesar
Meu olhar se fixa tão compenetrado
Na folha branca que espera minha ação
Uma lágrima então borra o papel já rabiscado
Que então se umedece junto ao meu coração
A minha escrita é totalmente em desalinho
Já nem sei mesmo as palavras que escrevo
O meu olhar turvado agora chora de mansinho
Tentando decifrar todo o enigma desse enlevo
Toda a dor que sinto é transportada ao papel
Em desarranjos e em versos que nas letras se perderam
Na busca afoita de socorro numa lágrima fiel
Nos meus olhos já tão secos que as lágrimas verteram
Paro e observo esse papel por um instante
Minhas mãos se afrouxam e a caneta ao chão se esvai
A noite é longa e tudo volta a ser como já foi antes
Simplesmente estes rabiscos de amor que nunca sai...