EU E A NOITE
Em uma dessas noites em que tudo
demonstrava estar calmo, embora aparentemente,
minha alma como sendo resultado de
ímpeto, alcançou voo pairando no infinito.
No êxtase envolvido, vi a noite cansada
a procura nos horizontes escondidos
algo que pudesse fazê-la descansar, igual
a minha alma cujos desejos também se associavam.
Em plena escuridão nos irmanamos
para tentar encontrar os termos de sua
extensão, não rara vezes deparamos com outras
almas com os mesmos sintomas, talvez como
nós a procura do nada.
Falsos sorrisos encontramos, felicidade com
seus dogmas irrestritos ao sabor do vento,
também contemplamos véus se desenrolando
nos leitos que acobertam somente vácuos...
Juntos, eu e a noite, vimos matas imensas
submersas em nevoeiros, caudalosos rios
atirando-se nas profundezas dos mares,
esperamos por cada renascer de um novo dia
ainda que não encontrássemos ninguém.
E chegou a hora de regressar eu para o
meu vazio, a noite entregando-se
por inteira aos raios do sol de um novo dia,
ambos esquecidos, talvez nos encontremos
em uma dessas noites repletas de incertezas...