Coração imune

Meu coração está imune

Contra os dardos inflamados

Do teu olhar que tanto pune

De ciúme envenenados

As águas já passaram

Estão inertes os moinhos

E nem ventos mais restaram

Prefiro assim sozinho

Nas madrugadas já não sinto

A solidão que outrora havia

Derramou-se o vinho tinto

Manchando a terra fria

Já não sou mais teu

Pois desperdiçastes dos favos o licor

Vou me embrenhar dentro de mim, no próprio eu

Juntando os pedaços de uma dor

Vou deixar que percorra lentamente

Pelo chão essas gotas lancinantes

De um cálice bebido entrementes

De lábios outrora tão amantes...

Allves
Enviado por Allves em 28/04/2012
Código do texto: T3637397
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.