Memórias de uma esquecida
Meu príncipe, quanto tempo sem falar contigo... Se soubesse como sinto a tua falta e dilacera o meu coração só de pensar que não pude mais vê-lo. Sinto muito meu amor. E penso que pensas que o esqueci. Mas, não sejas bobo, até porque o prometi que isso nunca iria acontecer. Quanto tempo longe, meu bem, queria tanto que estivesse comigo agora. Me arrependo de não ter lutado o suficiente pra que estivesse aqui, porém, ao mesmo tempo tenho que concordar que foi melhor assim. O que será que faz agora? Imaginar-te é o pior martírio, pois não posso fazer nada além de desejar o que não mais me possui. Quanta culpa eu sinto, quanta angústia tenho de ti... Nossos caminhos foram cortados pela indiferença de nossas forças que se opuseram contra a nossa vontade. Como é triste essa solidão, e sua ausência chora cada vez que tenho a certeza que não mais voltará. No fim, é inútil pensar tanto em você e alimentar essa esperança morta em meio a tantas oportunidades transparentes diante dos meus olhos de vidro. Não vejo mais motivo para continuar a lutar. Não tenho mais força e sou insuficientemente corajosa a ponto de implorar a reconstituição dos nossos corações. Sou obrigada a aceitar essa premissa, e não espero que entenda, pois nem mesmo eu entendo a catástrofe que edifico a cada dia. Só espero que aceite, não pergunte, mas, não esqueça de guardar no coração as memórias póstumas em que convergem nossas opiniões.