Redenção
Demito de mim fantasias alucinógenas
Que me fazem drogar a sanidade dos sonhos,
Visto-me de caracteres que embora tristonhos
Despem-me das ousadias efêmeras e contraditórias.
Afasto de mim bizarras e febris aspirações
Que me fazem emoldurar satânicos desejos,
Deixo-me oscular por uma vertente de beijos
E me liberto de um caótico arsenal de tentações.
Expulso-me dos ensaios onde se arregimenta a dor
E me sublevo às cataratas em que se edifica amor
Para que possa renascer nas verdades de cada dia...
Proíbo-me de prantear vis e insalubres tormentos
E me obrigo a sorrir diante dos cristalinos sentimentos
Que me abrem as portas de uma realidade isenta de alegorias!